domingo, 5 de dezembro de 2010

Regina Piau - Caio Machado

Era inacreditável que eu realmente estivesse ingressando em uma faculdade. Sempre mantive um péssimo rendimento no colégio, outrora regado por faltas constantes na lista de presença, justificadas pelas bebedeiras e pelas farras na casa da Júlia, outrora marcado por sonecas intensas nas aulas de exatas. Senão fosse minha participação e meu interesse pelas aulas de história e português e claro, pelos seus respectivos professores, eu provavelmente não teria nem me formado. Minha média global saiu ainda mais alta do que eu imaginava. Por incrível que pareça eu realmente não era dos piores. O nível dos colégios da cidade era tão baixo que eu não tive dificuldade em me classificar entre os vinte primeiros na Faculdade Conan Doyle. Sim, isso é uma homenagem ao ilustre criador do detetive Sherlock Holmes. Localizada em área nobre da cidade, a instituição era especializada em Comunicação Social e tinha os melhores profissionais ministrando na área. E alias é disso que eu quero brevemente me referir. Logo na primeira semana eu já tive um enorme esbarrão com a professora de filosofia que percorria as pressas o corredor central. Com o impacto do acidente sua bolsa caiu no chão espalhando seus diversos livros e espatifou também seu kit de maquiagem. Regina Piau era incrivelmente linda. Nos seus um metro e oitenta ostentava lindos cabelos negros e uma pele morena exorbitante modelada por suas curvas perigosas. Ela tinha trinta e cinco anos, mas parecia ter quase dez a menos. Não hesitei em ser gentil e logo a ajudei com suas coisas. Ela se mostrava um tanto quanto embaraçada e eu só me aproveitei da situação:
- Tenho certeza que você não precisa dessa quantidade de maquiagem. Seus traços seriam mais valorizados quando você se mostrasse concentrada ao ler esse livro do Auguste Comte.
Ela realmente se mostrou interessada em mim. Logo pensou que eu não era mais um desses estudantes drogadinhos que não se interessavam pelo curso e só queriam orgias eufóricas e festas. Leve engano da parte dela. Não devo mentir que meu habito de leitura me salvou de muitas barras e já me beneficiou bastante com diversas mulheres. Só não entendia o que uma professora de filosofia estaria fazendo com um livro de conteúdo de ciências sócias.
- Obrigada e me desculpe pela minha falta de atenção. Eu realmente estava distraída... – numa distração ainda maior eu comecei a segurar as mãos dela e num súbito comecei a percorrer as mesmas pelas suas costas na direção da cintura. Se aproximando com seu corpo quente ao meu ela sequer me impediu e já que o corredor estava vazio resolvemos partir para o ataque ali mesmo. – Você não acha que aqui... – Foi um beijo devagar e quente, mesmo engasgada com o que ela tentava dizer. Foi um daqueles bem elaborados, a língua dela tocando o céu da minha boa e tudo. Coisa hollywoodiana mesmo. Ela tinha um sabor de pastilha de menta com cafeína nos seus lábios secos. Enquanto ela me arrastava pro seu gabinete eu já começava a retirar seu suéter. Aquela peça marrom e sedosa logo já se encontrava no chão da sala. Regina trajava um costume de brim branco que deixavam suas curvas extremamente deliciosas. Seus beijos ofegantes logo se convertiam em sussurros e mordidas próximas ao meu ouvido. Pra minha surpresa ela mesma tratou de me despir arrancando minha camiseta.
- Você sabia que eu adorei essa sua camiseta do Blur? – enquanto ela dizia isso eu já me ocupava em desabotoar minha calça jeans, ainda sim mordendo suas orelhas. Eu não havia abrido a boca desde que nos esbarramos no corredor. Com certa destreza eu já desabotoava sua camisa. Aquela lingerie branca contrastava com sua pela morena de uma maneira sinestésica, impulsionando meus desejos. Ela tinha um bronzeado cor de ouro extraordinário. Minha libido já estava aos prantos ao ver que seus seios pareciam querer saltar de seu sutiã. E assim ocorreu quando ela o desabotoou. Nosso sexo foi bem rápido e ela se mostrava uma verdadeira volúpia saltando sobre meu colo ali sobre a mesa do gabinete mesmo. Não sabia se ela era silenciosa daquela maneira ou se ela queria apenas evitar que alguém escutasse ou visse aquilo. Depois do ato bastaram-se cinco minutos para que já estivéssemos vestidos novamente e ela me pediu total descrição sobre o acontecimento. E assim aconteceram pelos próximos quatro anos de bacharelado do curso. Sobre a disciplina filosófica? Eu tirava de letra. Três anos consecutivos como o melhor aluno da classe. No último ano troquei de matéria. Literatura. E bem, sua nova estagiária era de tirar o fôlego.

Um comentário:

  1. Meio autobiografico esse conto não!?
    hasuhsauashuashuash
    Camiseta do Blur, seria a caixinha de milk?haha'

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